­baterias de íon-lítio









­As baterias de íon-lítio, hoje em dia, são bastante populares . É possível encontrá-las em laptops, PDAs, telefones celulares e iPods. Elas são tão comuns porque, proporcionalmente, são as baterias recarregáveis com maior capacidade de armazenamento de energia, atualmente existentes.

As baterias de íon-lítio também têm aparecido nos noticiários ultimamente. O motivo? Ocasionalmente, elas pegam fogo. Embora isso não seja muito comum (apenas dois ou três conjuntos a cada milhão delas apresentam o problema), quando acontece, a situação é bem grave. Em algumas casos, o índice de falha pode aumentar, obrigando os fabricantes a fazer um recall que lhes custa milhões de dólares.

um conjunto de baterias de íon-lítio
Foto cedida por Amazon

Então a questão é: o que faz com que essas baterias armazenem tanta energia e sejam tão populares? E como é que elas pegam fogo? E será que há algo que você pode fazer para impedir o problema ou ajudar suas baterias a durar mais? Neste artigo, vamos responder essas e outras questões.

As baterias de íon-lítio são populares porque têm várias vantagens importantes sobre as concorrentes:

* costumam ser muito mais leves do que outros tipos de baterias recarregáveis do mesmo tamanho. Os eletrodos de uma bateria de íon-lítio são feitos de lítio e carbono leve. Além disso, o lítio também é um elemento altamente reativo, o que significa que é possível armazenar bastante energia em suas ligações atômicas. Significando uma densidade de energia muito alta para essas baterias.

Aqui vai um modo de obter uma perspectiva sobre a densidade de energia. Uma bateria de íon-lítio pode armazenar 150 watts-hora de eletricidade em 1 kg de bateria. Já um pacote de bateria de NiMH (hidreto de metal-níquel) consegue armazenar talvez 100 watts-hora por quilograma, embora o mais comum seja de 60 a 70 watts-hora. Uma bateria de chumbo-ácido tem a capacidade de armazenar apenas 25 watts-hora por quilo. Usando a tecnologia chumbo-ácido, são necessários 6 kg para armazenar a mesma quantidade de energia que uma bateria de íon-lítio de 1 kg. A diferença é enorme [Fonte: Everything2.com] (em inglês);


* elas mantêm sua carga. Um conjunto de baterias íon-lítio perde apenas cerca de 5% da sua carga por mês, enquanto as baterias NiMH perdem 20% no mesmo período;


* elas não apresentam o efeito memória, o que significa que não é preciso descarregá-las totalmente antes da recarga, como acontece com outros tipos de baterias;


* as baterias de íon-lítio conseguem suportar centenas de ciclos de carga/descarga.

Mas isso não significa que essas baterias são infalíveis. Elas também têm algumas desvantagens:

* começam a se decompor assim que saem da fábrica, durando apenas de dois a três anos a partir do dia de fabricação, quer você as use ou não;
* são extremamente sensíveis a temperaturas altas. O calor faz com que as baterias de íon-lítio se decomponham muito mais rapidamente do normal;
* se você descarregá-las completamente, elas não podem mais ser utilizadas;
* um conjunto de baterias íon-lítio deve ter um computador de bordo para gerenciá-la, tornando-as ainda mais caras do que já são;
* há uma pequena chance de que, se uma bateria de íon-lítio falhar, ela se incendeie.

Muitas dessas características podem ser compreendidas se observarmos a composição química de uma célula (uma bateria individual) de íon-lítio. E é isso o que vamos fazer na próxima seção.

Alimentação



Temperatura do corpo, gorduras, carboidratos e proteínas


Pirâmide alimentar
Você já percebeu que a temperatura do seu corpo permanece quase sempre a mesma, com pequenas variações? Normalmente a temperatura de nossos corpos fica em torno de 37o C, seja em locais frios ou quentes. Na realidade nosso organismo produz energia térmica que nos mantém aquecidos. Mas você pode se perguntar: como produzimos essa energia?

E a resposta é simples: por meio da alimentação. Essa energia, utilizada para aquecer os corpos, andar, correr, pular e fazermos tudo o que quiser é obtida por um processo conhecido como respiração celular. Trata-se de uma reação química, um tipo de combustão, que ocorre no interior de cada uma das nossas células. A glicose, obtida pela alimentação, reage com o oxigênio, obtido pela respiração, liberando energia e produzindo água e gás carbônico.

Os cientistas sabem que quantidade de calor é produzida por uma certa quantidade de alimento. Veja: uma das formas de medir calor que conhecemos é a caloria. Uma caloria é a quantidade de energia térmica necessária para elevar em um grau a temperatura de um grama de água. Uma barrinha de cereal não está "quente", mas e tem 80 calorias. O que é então a caloria dos alimentos?

Energia química e energia térmica
As ligações químicas existentes entre os átomos dos compostos que formam os alimentos "guardam" energia química, que pode vir a ser transformada em energia térmica. Se aquela barrinha de cereal for toda convertida em energia térmica, ela irá elevar em oitenta graus a temperatura de um grama de água, ou elevar a temperatura de 80 gramas de água em um grau.

Entretanto, muitas vezes comemos e armazenamos alimentos na forma de gordura, pois não estamos precisando de energia naquele momento e fazemos uma "poupança para o futuro".

Calor é energia térmica em trânsito entre dois corpos. Podemos dizer, genericamente, que o calor é uma forma de energia. Nossos músculos também precisam de energia para realizar seus movimentos e com isso ficamos aquecidos. Gastamos energia quando corremos, pulamos, nadamos, pedalamos. Então, fazer exercícios "queima calorias", gasta energia armazenada. Contudo, mesmo quando estamos descansando gastamos energia para manter nosso coração batendo, os rins funcionando, nosso cérebro pensando ou sonhando e nossos pulmões bombeando gases. Até mesmo quando estão parados, nossos músculos necessitam de energia.

Gorduras e carboidratos
Experimentalmente, os cientistas provaram que alguns tipos de alimentos fornecem mais energia que outros, como é o caso das gorduras e carboidratos. Os açúcares e o amido são conhecidos como carboidratos. Não é difícil saber quando estamos nos alimentando de alimentos ricos açúcar: tudo o que é doce ou adocicado contém açúcar - mel, doces, laranja, banana, maçã, uvas, líquidos adoçados, etc.

Já os alimentos farináceos são aqueles ricos em amido: macarrão, bolo, pão, batatas, arroz, os diferentes cereais. Como a respiração celular é uma combustão, podemos dizer que os carboidratos são o "combustível" dos nossos corpos. Após a digestão, são absorvidos na forma de açúcares mais simples (glicose).

A manteiga, a margarina, o azeite, os óleos e as frituras em geral são alimentos gordurosos. As carnes possuem gorduras, porém alguns tipos de carne possuem muito mais gordura que outras. Ovos, sementes e queijo também são alimentos que possuem gordura. As gorduras ou lipídeos são muito importantes para a formação das membranas celulares e são utilizadas como fonte de energia na falta dos carboidratos.

As gorduras e os carboidratos são compostos pelos mesmos elementos químicos (carbono, hidrogênio e oxigênio). Entretanto, as quantidades de cada elemento, em seus grupamentos atômicos, são diferentes. As gorduras possuem menor quantidade de oxigênio que os carboidratos.

Nos alimentamos principalmente de carboidratos. Então, nossa energia vem desses alimentos, classificados, juntamente com as gorduras, como alimentos energéticos.

Trabalho e clima
A quantidade de alimentação que uma pessoa necessita depende do tipo de vida e da região que habita. Pessoas cujo trabalho "usa" muito o corpo, que fazem muito esforço físico (carpir um terreno, juntar o gado, jogar futebol), precisam de maior quantidade de energia do que aquelas que realizam trabalhos sedentários, como ficar sentado na frente de uma escrivaninha usando o computador ou escrevendo um livro (isso também vale para quem só se diverte jogando videogame...).

Do mesmo modo, as pessoas que vivem em regiões de clima frio alimentam-se de comidas mais gordurosas do que os indivíduos que vivem em regiões de clima quente, pois seus corpos gastam maior quantidade de energia para manter-se aquecidos.

Proteínas e aminoácidos
Outros tipos de alimento possibilitam o crescimento e a manutenção de nossos corpos. Estes alimentos são conhecidos como alimentos plásticos, pois se destinam a formar nossos organismos e a substituir as perdas sofridas por eles. As proteínas que compõe os nossos corpos formam-se no interior de nossas células a partir dos aminoácidos, pequenos grupamentos atômicos obtidos em parte pela alimentação.

São necessários vinte diferentes aminoácidos para que nossos corpos produzam milhares de proteínas. Os alimentos que contém proteínas fornecem os oito aminoácidos que não somos capazes de produzir (aminoácidos essenciais) e possibilitam aos nossos corpos renovar o sangue, fazer certos materiais que mantém nossos corpos funcionando bem, cicatrizar nossas feridas, etc. Muitos alimentos contêm proteínas: carnes, leite, queijo, ovos, peixe e alguns vegetais, como soja e feijão.

A proteína pode ser considerada a base para a construção de nossos corpos. Os aminoácidos não são armazenados no organismo, sendo necessário ingerir constantemente alimentos que contenham proteínas. Os grupamentos atômicos das proteínas são formados por carbono, hidrogênio e oxigênio, como os carboidratos e gorduras. Entretanto, as proteínas possuem também o nitrogênio. Por vezes contém também fósforo e enxofre. Mas os resíduos de dieta protéica são ricos em compostos nitrogenados, os quais são tóxicos para o organismo.

Enfim, podemos observar que todos os alimentos são plásticos e energéticos ao mesmo tempo, embora alguns sejam mais plásticos que energéticos e outros mais energéticos que plásticos.

Eleições 2010 As regras do jogo para a internet


Eleições 2010
As regras do jogo para a internet


O presidente da Câmara, Michel Temer (centro), discute mudanças na legislação eleitoral
Com o propósito alardeado de liberar campanhas políticas na internet, a Câmara dos Deputados aprovou, no dia 8 de junho de 2009, o substitutivo ao Projeto de Lei 5.498/2009, de reforma eleitoral, que, na prática, vai restringir o uso de ferramentas digitais para fins políticos no Brasil. (Direto ao ponto: Ficha-resumo)

Caso sejam aprovadas no Senado Federal até 30 de setembro de 2009 e sancionadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as novas regras já valerão para as próximas eleições gerais de 2010, quando serão eleitos presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais.

A propaganda eleitoral na web está hoje restrita aos sites dos candidatos, destinados à campanha, com a terminação can.br, de acordo com o Capítulo 4 da resolução 22.718/2008 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A resolução tem como base a lei eleitoral vigente, de número 9.504/1997.

Isso não impediu que, nas eleições de 2008, os políticos usassem blogs, Twitter (microblog com espaço para escrita de até 140 caracteres), perfis no Orkut e outras redes sociais para pedir votos. Os debates entre candidatos também não são proibidos na internet.

Se a reforma eleitoral for aprovada, a campanha será permitida em sites - gerados pelos próprios candidatos, partidos ou coligações - e em blogs, redes sociais e serviços de mensagens instantâneas, com material produzido por qualquer pessoa, a partir de 5 de julho do ano da eleição.

A propaganda eleitoral paga ou gratuita ficará proibida na internet para sites oficiais (de Estados, prefeituras, etc.) e de empresas (com ou sem fins lucrativos). A pena para quem infringir a lei é multa de R$ 5 a R$ 30 mil, aplicadas ao provedor e serviço de hospedagem. A Justiça Eleitoral ainda poderá determinar a suspensão do acesso a todo conteúdo na internet por um período de 24 horas.

Mesmas regras da TV
As mudanças podem criar situações absurdas no país. Um jornal ou uma revista que exponham sua preferência por determinado político em editorial ou que aceitem publicidade em suas páginas, o que é permitido por lei, não poderão veicular o mesmo conteúdo na versão online das publicações, sob o risco de serem punidos.

Um blog hospedado em um portal poderá manifestar apoio ou criticar um candidato, mas, a depender da crítica que fizer, seu provedor poderá ser penalizado. São expedientes semelhantes, em relação à internet, às censuras de regimes ditatoriais da Coreia do Norte, Irã, China e Cuba.

Para estabelecer as regras que disciplinam o uso político da web, os deputados compararam a internet com os meios eletrônicos de massa, TV e rádio, que são concessões públicas, ou seja, empresas que recebem uma autorização provisória do governo para prestarem serviços de utilidade pública e que, por isso, são passíveis de regulamentação do Estado. A internet, pelo contrário, é um terreno de livre expressão e sem controle, onde qualquer um pode difundir livremente suas opiniões.

Debates políticos em portais, sites e blogs para cargos majoritários (presidente, governador e senador) ficarão sujeitos, da mesma forma que os meios de radiodifusão, à concordância de dois terços dos candidatos. Serão obrigados, caso queiram promover o evento, a convidar até os candidatos "nanicos". Hoje, o procedimento já torna quase inviável os debates nas TVs.

Outra norma que também valerá para a rede é o direito de resposta. O candidato que se sinta injuriado com alguma crítica ou brincadeira feita em um blog poderá pedir na Justiça direito de resposta, em espaço proporcional, e a retirada do material considerado ofensivo no site.

Mas como cercear o debate num ambiente de fluxo constante de ideias e diálogos, marcado pela irreverência e sem o compromisso com a imparcialidade que caracteriza a imprensa? Além disso, o "direito de resposta" na internet é quase instantâneo com os recursos interativos que o meio oferece, diferente dos demais veículos de comunicação.

O próprio presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, criticou a reforma. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, afirmou que "(...) não há como regulamentar o uso da internet. A internet tem dois méritos: mobiliza a sociedade de uma forma interativa, que em época de eleição deve ser turbinada, não intimidada. E está criando uma nova sociedade civil mundial. Qualquer regulamentação no nível dos Estados é provinciana".

Era Obama
O ministro tem razão. A internet é hoje um novo espaço público de discussão política, da mesma forma que a TV foi para o século passado e continua sendo até hoje, exercendo grande influência.

O maior exemplo do poder da rede em engajar pessoas e despertar o interesse pela política foi a campanha de Barack Obama à Casa Branca. Além de ser o primeiro negro a ocupar a presidência dos Estados Unidos, ele foi o primeiro político a usar amplamente os recursos interativos e os sites de relacionamentos da rede como espaço de debate e propaganda política.

Para atingir o eleitorado mais jovem, que passa mais tempo na frente do computador do que da TV, Obama recorreu a sites como YouTube, Myspace, Facebook e Twitter, com a vantagem do custo quase zero dessas plataformas. Ele também dispensou o financiamento público e arrecadou US$ 650 milhões (R$ 1,280 bilhão) em doações voluntárias, boa parte feita online, por meio do site de sua campanha.

A internet tem ainda um papel importante na mobilização de massas, como mostraram os recentes protestos ocorridos no Irã. As manifestações nas ruas de Teerã, capital do país, foram divulgadas por meio de fotos, vídeos e textos veiculados na rede de computadores pelos próprios usuários, rompendo a censura imposta à imprensa no país.

No Brasil, 62,3 milhões de pessoas, com idades de 16 anos ou mais, têm acesso à web - incluindo acessos em casa, no trabalho, na escola e em LAN houses -, segundo pesquisa do Ibope Nielsen Online. O número corresponde a 32% da população brasileira, hoje estimada em 191,4 milhões de habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Transparência
Se, por um lado, a reforma eleitoral limita a liberdade dos meios digitais, por outro beneficia os próprios políticos e não apresenta avanços no quesito transparência, essencial para evitar casos de corrupção e melhorar o sistema político brasileiro.

Pelo texto aprovado na Câmara, deixam de ficar inelegíveis os candidatos que tiveram as contas de campanhas nas últimas eleições reprovadas pelos TREs (Tribunal Regional Eleitoral) ou pelo TSE, afrouxando o "filtro" nas candidaturas.

Outro item praticamente oficializa as doações ocultas de verbas, que são feitas por empresas aos partidos, para depois serem repassadas aos candidatos. Um total de 60% das doações realizadas nas eleições passadas foram feitas por meio desse recurso. Assim, o eleitor não terá como saber quem financia a campanha do seu candidato.

Saber quem paga a campanha do político é importante porque muitas empresas, como grandes empreiteiras, fazem doações visando obter benefícios durante os mandatos, por exemplo, vantagens em licitações de serviços públicos, o que é ilegal.

Como o projeto chegará ao Senado debaixo de muitas críticas, ainda há chance de sofrer novas alterações, contemplando sugestões que incorporem à democracia brasileira a inovação trazida pela internet, como ocorreu nos Estados Unidos. Mas denúncias de irregularidades envolvendo o senador José Sarney (PMDB-AP), presidente da Casa, podem prejudicar os trabalhos.

Direto ao ponto volta ao topo
A Câmara dos Deputados aprovou um substitutivo ao Projeto de Lei 5.498/2009, que trata da reforma eleitoral, restringindo o uso da internet nas eleições de 2010.

O que muda
Se o substitutivo for aprovado também no Senado Federal:
• serão permitidas campanhas em sites (gerados pelos próprios candidatos, partidos ou coligações) e em blogs, sites, redes sociais e serviços de mensagens instantâneas, com material produzido por qualquer pessoa;
• ficarão proibidas campanhas em sites oficiais e de empresas;
• jornais ou revistas que exponham sua preferência por determinado político em editorial ou que aceitem publicidade em suas páginas, não poderão veicular o mesmo conteúdo em seus sites;
• um blog poderá manifestar apoio ou criticar um candidato, mas, a depender da crítica que fizer, seu provedor poderá ser penalizado.
• o candidato que se sinta ofendido com críticas ou brincadeiras feitas em blogs ou sites poderá pedir na Justiça direito de resposta e a retirada do material ofensivo.

Crítica
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Britto, criticou a reforma. Segundo ele, “não há como regulamentar o uso da internet. A internet mobiliza a sociedade de uma forma interativa, que em época de eleição deve ser turbinada, não intimidada”.

El Niño pode trazer seca ao nordeste e à Amazônia, diz agência dos EUA

Fenômeno climático também poderá provocar enchentes no sul do país entre 2009 e 2010.



Países ricos 'precisarão de US$10 bi para ajudar pobres a lidar com mudanças climáticas'

A chegada do fenômeno climático El Niño poderá provocar seca no nordeste brasileiro e na região amazônica e enchentes no sul do país entre o fim deste ano e o começo de 2010, segundo avaliação da agência nacional e atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).

Após registrar um aumento constante das temperaturas da superfície do Oceano Pacífico central nos últimos seis meses, a NOAA confirmou o início do El Niño.

O fenômeno climático é caracterizado pelo aumento das temperaturas na zona equatorial do Pacífico, que ocorre a cada quatro ou cinco anos e afeta o clima em todo mundo.

Para muitos, a simples menção ao El Niño é um sinal de alarme. Há pouco mais de uma década, entre 1997 e 1998, ocorreu um dos mais fortes El Niño da história, com catástrofes climáticas que deixaram milhares de mortos.

Danos

As inundações nas Américas (que afetaram principalmente vastas regiões do Chile, da Bolívia, do Equador e dos Estados Unidos) e na África destruíram colheitas na maioria dos países afetados.

As secas se propagaram pela Austrália e partes do sudeste asiático, provocando incêndios florestais. O fenômeno afetou ainda a pesca na América do Sul, por conta da redução nos estoques de peixes.

O furacão Mitch, em 1998, cuja força também foi relacionada ao fenômeno climático, provocou intensas inundações na América Central que deixaram mais de 9 mil mortos.

Calcula-se que os danos totais provocados pelo El Niño em todo o mundo chegaram a US$ 34 bilhões.

Prognósticos

Ainda é cedo para prever se o fenômeno neste ano terá uma força semelhante à da década passada, mas os prognósticos da NOAA refletem um consenso sobre o seu crescimento e o seu desenvolvimento.

"As condições atuais e as tendências recentes favorecem o desenvolvimento contínuo de um fortalecimento de leve a moderado do El Niño até o outono de 2009 no hemisfério norte, com possibilidade de fortalecimento a partir de então", diz a agência.

Segundo Michelle L'Heureux, diretora da NOAA para Previsão do El Niño, se a potência do fenômeno climático for de moderada a forte, "as condições no centro e no leste da Bacia Amazônica serão mais áridas que o normal entre novembro de 2009 e março de 2010, e entre janeiro e maio de 2010 estarão mais secas no nordeste do Brasil".

"Ao mesmo tempo, as condições estarão mais úmidas na costa oeste da América do Sul. O Equador e o norte do Peru o sentirão entre janeiro e abril de 2010, e o Uruguai, o nordeste da Argentina e o sul do Brasil entre novembro de 2009 e fevereiro de 2010", disse L'Heureux à BBC.

Efeitos positivos

A pesar de a chegada do El Niño ser vista por muitos como um anúncio de tragédia a caminho, a especialista explica que os seus efeitos positivos ou negativos devem depender de sua força.

"O El Niño pode, por exemplo, trazer chuvas benéficas no fim do ano ao sudeste do Texas, que atualmente enfrenta uma seca. Mas se chover demais, isso pode se converter em uma ameaça, por causa das possíveis inundações", diz L'Heureux.

Outro possível efeito positivo, segundo ela, seria a redução da intensidade dos furacões no Caribe.

L'Heureux diz ainda que não existem ainda evidências de que a incidência do El Niño poderia estar sendo reforçada pelo aquecimento global.

"O El Niño é um fenômeno natural que vem ocorrendo há milhares de anos. Até o momento não há evidências de uma relação entre esse fenômeno e as mudanças climáticas", diz ela.

"O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas diz claramente que não há indícios consistentes sobre futuras mudanças na amplitude ou na freqUência do El Niño no século 21", conclui.